quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Coração

Sentir seu coração
E não poder alcançá-lo
Sentir seu calor
E não poder aquecer-me
Saber de você
Perdido na vastidão da minha dor
Desejar você
Na minha mais louca fantasia
Toda alegria de um amor não vivido
Me diga,
Vivido será transformado em dor?
Venderemos nosso amor por nada?
Me diga,
Preciso saber agora
Pois, depois, será tarde demais
Para salvar meu coração de mais uma desilusão.

Mariana Lima de Almeida
15/12/2010

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Savage world

Did you find a love
in a crazy world
running like a crazy horse
looking for a place to live
in peace, just in peace?
How did you find a love?
If the world always hide it
to anyone try to find it...
Now, you're in dangerous
Now, all of us are in dangerous
The savage world want to stick you
Nobody will help you....
Nobody will help the love....

17/11/2010.
Mariana Lima de Almeida

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A estrada

Chegamos tão próximos de um final feliz
Mas que estrada ingrata
É essa que segui
De dizer a verdade
E colher sempre tempestade
O presente passou sorrindo ao meu lado
Pedi a ele que me desse as mãos
Mas ele não quis...
Ele passou, rindo, debochando de mim
E me apontou nessa estrada
O meu futuro em desgraça
Senti tanto medo da noite chegar
Senti tanto medo meu deus
Sozinha e com frio
Nenhum anjo veio me salvar, nenhum
Nesse dia eu desconfiei
Que os anjos eram servos sádicos de Deus
e que Deus poderia ser o grande traidor
Ele deveria estar sobre nós, rindo e se divertindo
com nossa desgraça e cólera....
Quando não há para onde fugir
Só nos resta ficar e esperar o grande monstro emergir.

11/11/2010 às 17:40h

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sozinha

É ruim ser sozinha
Quase chega a ser triste,
Estou sozinha
Porém, estou livre
Posso te amar hoje
E amanhã nem saber de nós
É ruim ser sozinha
Querer aquele abraço na hora sozinha
Não tem de onde vir
Não tem onde buscar
sua mãos, seus afagos
E como sofro a esperar!
Mas logo outro dia vem
e com ele a possibilidade de te alcançar
Lembro dos seus olhos a sorrir
Indecentemente para mim
Suas mãos encontram meu rosto
Minha boca encontra a sua
desesperadamente entre taças de vinho
E meu corpo espera pelo seu
Nos amamos loucamente
E uma noite pode valer uma vida,
É ruim ser sozinha
Amanhã não sei mais nada de você
Suas mãos estão longe de mim
Outros corpos podem tocar
Outras bocas poderá desejar
Mas ainda estarei aqui...
É ruim ser sozinha
Quase chega a ser triste,
Mas não é não...

Estou sozinha
Mas estou livre
E outra noite vem.

Mariana Lima de Almeida.

17/08/2010.

sábado, 24 de julho de 2010

Minha poesia é de forma livre,
Não é de forma fixa,
Não é soneto,
Minha poesia,
é aquilo que nem eu sei.

23/07/2010.
Mariana lima de Almeida

terça-feira, 13 de julho de 2010

Crueldade

De onde vem a crueldade?
Como nasce a crueldade?
O que te torna cruel ?
O que me torna doce?
Onde nos separamos
nessa linha tênue que se chama vida?
Onde me alimentei de doçura e tu de dor?
Quando fomos roubados
do nosso direito de sermos bons?
Quando pude escolher ser boa
se na dor eu me criei?
Qual foi tua dor
que escolheste perpetuar?
Qual foi o teu gozo
que negaste te inundar?

Como nasce a crueldade?
Imperceptível e transparente
Inimiga escondida sempre
no canto escuro de nossas ante-salas...
Não preciso tocar-te a ferida
pois ferida já és...
E ser cruel é teu único ofício
que como um diamante
aprendeste a lapidar até a perfeição
Tuas mãos não constroem obras
nem acariciam a pele de outrem
Tua mão é teu instrumento de ação letal
é tua ferramenta de crueldade
que só tu aprendeste a usar
sem tua consciência consumar.

13/07/2010.

Mariana Lima de Almeida

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Rio de Janeiro

Baby, vou para o Rio de Janeiro
Baby, vou encontrar o meu amor
Rio de Janeiro,
Sua cidade vai enfim me abençoar
E suas luzes nunca mais vão se apagar
Todos os olhos vão enxergar
Sua beleza nos iluminar
Todas as bocas lindas vão só querer beijar
E nossos corpos vão se amar, amar, amar
E nunca vão se cansar
Oh baby...
Eu, você e o Rio de Janeiro
Parceiros em todos os entardeceres
Oh baby, vou para o Rio de Janeiro
Oh baby, vou encontrar o meu amor
Lá vou ver o sol, as ruas e o mar
Lá nunca mais vou ver a tristeza chegar
Oh baby, vou para o Rio de Janeiro
Lá vou finalmente te encontrar.


23/06/2010.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Preciso aprender a ter calma.

Preciso aprender a ter calma;
Preciso aquietar minha alma;
Preciso aprender a respirar;
Bem fundo e o ar segurar;

Preciso entender como não me ferir;
Como pode ser bonito olhar uma criança dormir;
Preciso sim lembrar mais de mim;
Preciso lembrar como, de novo, ser feliz;

Como posso ter esquecido assim de mim?
Eu era uma menina, às vezes triste eu sei;
Mas bastava um papel de bala, um beijo ou um abraço;
E meu sorriso em poucos segundos voltava;

Hoje eu sei, só isso não me basta;
Hoje procuro bem mais que um papel de bala;
Hoje eu quero conseguir calma, só calma;
Pois minha alma já está muito cansada;

As tormentas e tempestades por que passei;
Levaram-me as alegrias e os sonhos que sonhei;
De repente, em pleno deserto, só, eu acordei;
Acho que fiquei doente e nunca mais me recuperei;

Por isso, preciso aprender a ter calma;
Pra isso, preciso entender minha alma;
Preciso entender o tempo como faz o mar;
Preciso aprender a me amar para me salvar.


Mariana Lima de Almeida.

01/07/2010

Nunca mais amar.

E eu que jurei nunca mais amar ninguém nesse mundo.
Eu que sofri tanto, com tanta pena de mim fiquei e jurei nunca mais amar alguém.
Às vezes eu olhava ao meu redor, mas nada demais eu via naqueles moços que eu fitava e feliz eu pensava que daquele mal nunca mais padeceria. Minha cota de amor chegara ao fim, naquele vinte e um de setembro quando pela última vez meus olhos olharam aos seus e como me dói até hoje todo dia vinte e um de qualquer calendário, esse dia deveria ser extinto, do dia vinte saltaríamos para o dia vinte e dois e ninguém se importaria, afinal, é apenas um dia. De fato, um dia que me custou a vida inteira.
Só agora, tempos depois, consigo me lembrar do estrago que aquele amor me causou. Eu ainda era menina e inocente como tal, mas aí você chegou e desarrumou minha casa e minha vida e menina nunca mais eu fui.
Tornei-me mulher, sem saber direito como fazer, eu tentava arrumar a casa e a vida, mas você sempre desorganizado, chegava e destruía. Eu lavava as louças e as roupas, preparava nosso almoço, arrumava a casa o quanto podia, mas você chegava e tudo desarrumava, concordo que às vezes era bom, às vezes gostava de algumas surpresas, quando por exemplo, você chegava e espalhava rosas pela casa inteira e eu te desarrumava toda cama em troca, ah como você gostava...mas logo em seguida já se levantava e me deixava toda atrapalhada, sozinha e desamparada. Numa dessas surpresas, você bem se lembra o que aconteceu....fui ficando cansada e deixando a casa de lado, assustada me olhei no espelho e mais assustada fiquei ao imaginar que estava doente, barriga d'água era muito comum nas minhas terras do passado, mas barriga d'água que nada, era barriga de gente, barriga que cresce e depois de nove meses nasce e aparece e nasceu nossa filha Maria Luíza, linda como a lua e tão apaixonada por ela fiquei que não queria saber de mais nada, nem de você nem da casa.
Você sempre muito zangado com a bagunça e meu descaso, e eu te odiava e desejava que nunca mais você voltasse, quando se atrasava, por causa das mulheres, bebidas e noitadas, eu bem pensava: "Que bom seria se ele nunca mais voltasse, se para sempre ficasse só Maria Luíza e eu..". Porém, você sempre voltava e mais eu te odiava, coisas de mulher casada.
Mas como todo tormento um dia chega ao fim, foi naquele tal dia vinte e um de setembro que chegou a minha vez, já conformada com a vida que levava, você apareceu no centro da sala, na frente da Maria Luíza, cheio de malas e avisou que daquele dia nós não passávamos, eu me fingi de durona, dei até risada, suspirei de alegria e coragem, que pena de mim, só ali eu vi que você tinha conseguido me fazer mulher e que menina outra vez somente Maria Luíza seria.
Passado o torpor da sua audácia, quis te matar, te mataria se uma arma tivesse ali, como eu quis te matar, mas não teve jeito nem esperneio, você levantou suas malas e olhou dentro dos meus olhos, olhou novamente e pela última vez, abriu a porta e saiu.
E depois nem em Maria Luíza eu conseguia pensar, tudo que eu planejava dia e noite era me vingar, vingar, vingar...Mas não me vinguei, só consegui vingar a mim mesma, me culpando pelo seu abandono.
Precisei de muito tempo e afazeres para poder entender como tudo aconteceu, hoje eu sei que você nunca me mereceu, mas foi homem em assumir sua vontade por outra vida, não sei se foi covardia ou ousadia, arrumando as malas e partindo.
Maria Luíza e eu ficamos, passamos às duras penas, mas hoje estamos fortes, ela ainda é uma menina, doce feito mel e linda como uma flor, isso você perdeu.
Eu jurava nunca mais amar ninguém nesse mundo. Eu levava minha vida do jeito que se seguia, era feliz com minha filha, trabalhava e tinha as poucas contas quase sempre em dia, a vida não é fácil...
Vira e mexe Maria vinha e me dizia que não me trocaria por mãe nenhuma dessa vida, coisas ainda de menina. Eu disfarçava, me continha e a noite antes de dormir chorava sob as cobertas escondida. Essa menina me prega cada uma...
Assim o tempo foi passando e milagrosamente fui me curando, as mágoas todas fui perdoando, de você fui esquecendo... Como é bom ser livre de novo.
Muito tempo passou....
E hoje olhando ao meu redor, fitei alguém que disparou meu coração, e jurei para mim mesma não deixar escapar essa emoção.
Acho que sem querer ressuscitei meu coração.


Mariana Lima de Almeida
29/06/2010.

sábado, 26 de junho de 2010

A carta.

Primeiramente, peço que tenha calma, calma é tudo que precisa para ler, e depois te peço o pior, o mais difícil, o mais doloroso e o mais libertador que é o seu perdão. Não te peço compreensão, te peço perdão. E sei que o que peço é penoso demais e gostaria de evitar a qualquer custo, mas não tivemos outra saída, não tivemos escolhas e assim aconteceu, assim me libertei.
Querida, eu realmente me cansei, todos esses anos lutando contra tudo e todos, sempre perdendo todas as batalhas, me desfazendo dos meus sonhos, meus pequenos prazeres, minhas amizades caras, meu trabalho intelectual, minhas noites fiéis e companheiras, meus porres de paixão e poesia, tudo se foi e eu fiquei só, eu fiquei completamente só e como dói ser só, mas assim como mandavam eu continuava, eu trabalhava, eu andava, eu almoçava, eu lia e respondia e-mails, não todos, só os que mais custavam a nós e nossa família, eu tentava ser um homem normal sem muitas vaidades, eu me policiava o tempo todo julgando minha conduta moral para ser a mais correta possível, pois quando um homem perde a razão o instinto toma conta, eu frequentava os melhores psiquiatras em busca de alguma recompensa, essas recompensas que as igrejas também prometem, que as mães prometem aos seus filhos e os amantes prometem um ao outro, mas nunca recebemos recompensa nenhuma meu bem.
Quando não havia no mundo tantos meios de comunicação, a internet era papo de bicho grilo futurista, eu podia escrever e ser lido, todo poeta era reconhecido, mesmo que fosse só no boteco onde se frequentava e éramos amados pela nossa arte. Ah isso foi no início dos anos 70, a arte era diferente, agente amava os livros, o cheiro deles, as páginas amareladas, um livro era objeto de muito respeito, mas hoje? O que é um livro hoje? O que é um velho reclamando a falta deles? Eu sou como os livros de páginas amareladas pelo tempo...eu amarelei meu bem.
Como disse antes não peço sua compreensão, só o seu perdão.
Perdão por nunca te dar uma recompensa.
De lá para cá, todas as coisas mudaram no mundo, só eu que não, tudo ficou mais uniformizado ainda, tudo virou digital, basta um dedo, um clique e lá se foi, eu tenho pena de todos que vieram depois, eu tenho pena dos nossos filhos, de suas angústias que eles não sabem de onde vem e eu sei, sei sozinho e calado, eu tenho mais pena ainda dos que virão depois que nem sei se angústias terão, talvez venham informatizados o suficiente para não sentirem mais nada...ah como sinto pena meu bem, sinto pena de você que não sabe nada disso, sinto pena de toda sua beleza não explorada e guardada pra mim...você não deveria meu bem se doar tanto assim.
Por isso, te escrevo essa carta para me despedir e agradecer tudo o que fez por mim, mas o mundo, meu bem, não me tratou tão bem quanto você...foram dias perdidos, trabalhos negados, dinheiro sempre escasso, meus porres proibidos, a saúde já debilitada, sexo então, nem pensar....acabou meu bem, os dias melhores ficaram para trás e lá talvez eu fui feliz.
Deixo para você meus poucos bens e espero que você não os trate tão bem assim, se preciso venda-os, gaste-os e viva por mim.
Deixo também meus pequenos pertences, o terno pode usar para me enterrar, o relógio pode leiloar ou entre os filhos sortear, nossa aliança você faça o que quiser, meus cigarros ofereça a quem puder e o resto são só restos.
Hoje esse tempo acabou para mim e não há motivos para tristezas nem vendavais, assim eu quis.
Perdoe-me meu bem, fique junto dos nossos....Adeus.

Mariana Lima de Almeida.
24/06/2010.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

"Minha vida é uma vida feita de todas as vidas: as vidas do poeta"

Pablo Neruda

Eu te amo.

A vida segue e eu tento seguir junto
E é tudo tão fácil
E é tudo tão simples
A difícil sou eu
E está tudo tão claro
Que quase fico cega
Não amar você
É a pior imposição para continuar a viver
Viver sem nunca mais beijar você
Não é viver, é sofrer!
Não amar você
É suicidar-se sem morrer
É a pior imposição para continuar a viver
Mas eu quero viver!
Sim, eu quero amar você!
Preciso tocar-lhe o rosto
Preciso sentir-te os lábios
Preciso apertar-te as mãos
Preciso molhar meu ventre
Preciso gerar-te filhos
Para provar em carne e osso o meu amor por você
Preciso dos seus braços que me prendam
Mesmo se violentamente for
Preciso da sua boca
Que me fale, sugue, morda e coma
Os músculos exaltados, a pele quente e a carne tremula
Presa e encurralada aos beijos molhados seus
Sim, preciso da sua boca
Para dizer-me ao pé do ouvido
Palavras quentes e doces
E com braços fortes prender-me a cintura
Roçar a barba em minha nuca
Massagear meu colo
E fertilizar meu ventre
Fertilizar a terra
Com o mais puro gozo de amor
Enquanto afagas minha face com as mãos aflitas e quentes
Enrosca-se para sempre em meus cabelos negros
Passeie sua língua sobre meus lábios
E quando enfim abrir os olhos estarei lá,
Pronta para te fazer ninar e finalmente descansar em paz.
Eu te amo.

Mariana Lima de Almeida (22/06/2010)

quinta-feira, 15 de abril de 2010

PHB.

Ouvindo os velhos discos dos The Smiths
E lembrando de você
Sentindo o frio londrino em minha alma
E lembrando de você
A cidade, a noite e seus porões
E onde está você nessa imensa confusão?
Os bares, as mulheres e suas diversões
Querem te levar pra longe do meu coração
Os discos, o frio e a noite sozinha
E lembrando de você
E daquele amor que nem começou
Mas meu coração insiste acreditar.
De que serve a razão
Senão para matar nosso instinto?

Mariana Lima de Almeida. Abril/2010.
Ser poeta nunca foi uma opção.

Mariana Lima de Almeida. Março/2010.
Ser marginal por opção
Foi puro romantismo
Foi pura inocência
Foi um grito de juventude
Mas pagamos o preço
Com nossos pés
Por este caminho trilhado.

Mariana Lima de Almeida. Março/2010