sábado, 24 de julho de 2010

Minha poesia é de forma livre,
Não é de forma fixa,
Não é soneto,
Minha poesia,
é aquilo que nem eu sei.

23/07/2010.
Mariana lima de Almeida

terça-feira, 13 de julho de 2010

Crueldade

De onde vem a crueldade?
Como nasce a crueldade?
O que te torna cruel ?
O que me torna doce?
Onde nos separamos
nessa linha tênue que se chama vida?
Onde me alimentei de doçura e tu de dor?
Quando fomos roubados
do nosso direito de sermos bons?
Quando pude escolher ser boa
se na dor eu me criei?
Qual foi tua dor
que escolheste perpetuar?
Qual foi o teu gozo
que negaste te inundar?

Como nasce a crueldade?
Imperceptível e transparente
Inimiga escondida sempre
no canto escuro de nossas ante-salas...
Não preciso tocar-te a ferida
pois ferida já és...
E ser cruel é teu único ofício
que como um diamante
aprendeste a lapidar até a perfeição
Tuas mãos não constroem obras
nem acariciam a pele de outrem
Tua mão é teu instrumento de ação letal
é tua ferramenta de crueldade
que só tu aprendeste a usar
sem tua consciência consumar.

13/07/2010.

Mariana Lima de Almeida

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Rio de Janeiro

Baby, vou para o Rio de Janeiro
Baby, vou encontrar o meu amor
Rio de Janeiro,
Sua cidade vai enfim me abençoar
E suas luzes nunca mais vão se apagar
Todos os olhos vão enxergar
Sua beleza nos iluminar
Todas as bocas lindas vão só querer beijar
E nossos corpos vão se amar, amar, amar
E nunca vão se cansar
Oh baby...
Eu, você e o Rio de Janeiro
Parceiros em todos os entardeceres
Oh baby, vou para o Rio de Janeiro
Oh baby, vou encontrar o meu amor
Lá vou ver o sol, as ruas e o mar
Lá nunca mais vou ver a tristeza chegar
Oh baby, vou para o Rio de Janeiro
Lá vou finalmente te encontrar.


23/06/2010.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Preciso aprender a ter calma.

Preciso aprender a ter calma;
Preciso aquietar minha alma;
Preciso aprender a respirar;
Bem fundo e o ar segurar;

Preciso entender como não me ferir;
Como pode ser bonito olhar uma criança dormir;
Preciso sim lembrar mais de mim;
Preciso lembrar como, de novo, ser feliz;

Como posso ter esquecido assim de mim?
Eu era uma menina, às vezes triste eu sei;
Mas bastava um papel de bala, um beijo ou um abraço;
E meu sorriso em poucos segundos voltava;

Hoje eu sei, só isso não me basta;
Hoje procuro bem mais que um papel de bala;
Hoje eu quero conseguir calma, só calma;
Pois minha alma já está muito cansada;

As tormentas e tempestades por que passei;
Levaram-me as alegrias e os sonhos que sonhei;
De repente, em pleno deserto, só, eu acordei;
Acho que fiquei doente e nunca mais me recuperei;

Por isso, preciso aprender a ter calma;
Pra isso, preciso entender minha alma;
Preciso entender o tempo como faz o mar;
Preciso aprender a me amar para me salvar.


Mariana Lima de Almeida.

01/07/2010

Nunca mais amar.

E eu que jurei nunca mais amar ninguém nesse mundo.
Eu que sofri tanto, com tanta pena de mim fiquei e jurei nunca mais amar alguém.
Às vezes eu olhava ao meu redor, mas nada demais eu via naqueles moços que eu fitava e feliz eu pensava que daquele mal nunca mais padeceria. Minha cota de amor chegara ao fim, naquele vinte e um de setembro quando pela última vez meus olhos olharam aos seus e como me dói até hoje todo dia vinte e um de qualquer calendário, esse dia deveria ser extinto, do dia vinte saltaríamos para o dia vinte e dois e ninguém se importaria, afinal, é apenas um dia. De fato, um dia que me custou a vida inteira.
Só agora, tempos depois, consigo me lembrar do estrago que aquele amor me causou. Eu ainda era menina e inocente como tal, mas aí você chegou e desarrumou minha casa e minha vida e menina nunca mais eu fui.
Tornei-me mulher, sem saber direito como fazer, eu tentava arrumar a casa e a vida, mas você sempre desorganizado, chegava e destruía. Eu lavava as louças e as roupas, preparava nosso almoço, arrumava a casa o quanto podia, mas você chegava e tudo desarrumava, concordo que às vezes era bom, às vezes gostava de algumas surpresas, quando por exemplo, você chegava e espalhava rosas pela casa inteira e eu te desarrumava toda cama em troca, ah como você gostava...mas logo em seguida já se levantava e me deixava toda atrapalhada, sozinha e desamparada. Numa dessas surpresas, você bem se lembra o que aconteceu....fui ficando cansada e deixando a casa de lado, assustada me olhei no espelho e mais assustada fiquei ao imaginar que estava doente, barriga d'água era muito comum nas minhas terras do passado, mas barriga d'água que nada, era barriga de gente, barriga que cresce e depois de nove meses nasce e aparece e nasceu nossa filha Maria Luíza, linda como a lua e tão apaixonada por ela fiquei que não queria saber de mais nada, nem de você nem da casa.
Você sempre muito zangado com a bagunça e meu descaso, e eu te odiava e desejava que nunca mais você voltasse, quando se atrasava, por causa das mulheres, bebidas e noitadas, eu bem pensava: "Que bom seria se ele nunca mais voltasse, se para sempre ficasse só Maria Luíza e eu..". Porém, você sempre voltava e mais eu te odiava, coisas de mulher casada.
Mas como todo tormento um dia chega ao fim, foi naquele tal dia vinte e um de setembro que chegou a minha vez, já conformada com a vida que levava, você apareceu no centro da sala, na frente da Maria Luíza, cheio de malas e avisou que daquele dia nós não passávamos, eu me fingi de durona, dei até risada, suspirei de alegria e coragem, que pena de mim, só ali eu vi que você tinha conseguido me fazer mulher e que menina outra vez somente Maria Luíza seria.
Passado o torpor da sua audácia, quis te matar, te mataria se uma arma tivesse ali, como eu quis te matar, mas não teve jeito nem esperneio, você levantou suas malas e olhou dentro dos meus olhos, olhou novamente e pela última vez, abriu a porta e saiu.
E depois nem em Maria Luíza eu conseguia pensar, tudo que eu planejava dia e noite era me vingar, vingar, vingar...Mas não me vinguei, só consegui vingar a mim mesma, me culpando pelo seu abandono.
Precisei de muito tempo e afazeres para poder entender como tudo aconteceu, hoje eu sei que você nunca me mereceu, mas foi homem em assumir sua vontade por outra vida, não sei se foi covardia ou ousadia, arrumando as malas e partindo.
Maria Luíza e eu ficamos, passamos às duras penas, mas hoje estamos fortes, ela ainda é uma menina, doce feito mel e linda como uma flor, isso você perdeu.
Eu jurava nunca mais amar ninguém nesse mundo. Eu levava minha vida do jeito que se seguia, era feliz com minha filha, trabalhava e tinha as poucas contas quase sempre em dia, a vida não é fácil...
Vira e mexe Maria vinha e me dizia que não me trocaria por mãe nenhuma dessa vida, coisas ainda de menina. Eu disfarçava, me continha e a noite antes de dormir chorava sob as cobertas escondida. Essa menina me prega cada uma...
Assim o tempo foi passando e milagrosamente fui me curando, as mágoas todas fui perdoando, de você fui esquecendo... Como é bom ser livre de novo.
Muito tempo passou....
E hoje olhando ao meu redor, fitei alguém que disparou meu coração, e jurei para mim mesma não deixar escapar essa emoção.
Acho que sem querer ressuscitei meu coração.


Mariana Lima de Almeida
29/06/2010.